PSICOLOGIA DOS CONTOS DE FADAS E...
segunda-feira, fevereiro 08, 2010Antes de mais, quero prestar aqui uma singela homenagem ao autor da História do Capuchinho Verde e do Lobo Bom. Se a memória me não trai, ele escreveu muitas outras histórias e todos nós o conhecemos bem ou da Rádio, ou da TV. Júlio Isidro, com quem passámos tantas tardes de Domingo em Passeios Alegres! Ele que deu a mão e lançou tantos bons Artistas Portugueses. BEM HAJA!
Eu já calculava que ninguém gosta de lobos maus, nem de madrastas más, nem de bruxas. Nós só gostamos de fadas, príncipes e princesas, não é verdade? É normal.
Quando era pequena adorava ouvir contar histórias.
Depois do 25 de Abril, houve um período largo de grande contestação e lembro-me de ter lido nos jornais, uma crónica a "deitar abaixo" as Histórias Infantis Tradicionais, pelos motivos atrás mencionados.
Eu, como nunca embarco em teorias ditas "novas", nem sequer de Psicologia, sem estar documentada, calei este meu desacordo, mas não tinha bases para argumentar em contrário.
Uns anos depois, numa acção de Formação para Professores, ministrada por uma Professora de Psicologia da EMPL (Escola do Magistério), entre outros assuntos, lemos e debatemos, o livro PSICOLOGIA DOS CONTOS DE FADAS.
Já o procurei nas minhas estantes, mas não consegui encontrá-lo e não sei de cor o nome da autora.
E gostei de o estudar, porque ele mostra por que são tão importantes para o bom desenvolvimento da Criança.
É verdade que não há lobos maus, nem bruxas com vassouras, etc. Mas na vida, encontram-se muitos lobos maus encobertos e bruxos e bruxas más. Basta abrirmos os jornais diários. E todos os pais desejam que eles nunca vejam os seus filhos. E também sabemos que as crianças, muitas vezes são desobedientes, que o medo as faz mentir, etc.
É aqui que entram os contos de fadas. Com a História do Capuchinho Vermelho as crianças aprendem e nunca mais se esquecem, que se desobedecerem à mãe, podem sofrer o castigo que esse acto provoca (não a mãe): vem o lobo mau e come a avó.
Aqui ela sente medo (o castigo), mas vem logo o caçador que liberta a avó e acaba tudo em bem.
Também as histórias com uma madrasta má, servem de catarse para que as crianças se livrem de tensões familiares, que nem elas sabem explicar e que podem marcar negativamente a sua personalidade se não forem libertas.
É preferível transmitir todos estes valores através de histórias que as crianças nunca mais esquecem, a darmos-lhes grandes sermões e lições de moral que entram por um ouvido e saem por outro.
Como já "perdemos " muito tempo, vamos lá para a cozinha preparar uma sobremesa gulosa muito rápida para o jantar. A minha Mãe chamava-lhe
Baba de Moça
1 ovo
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de de sopa de água
Preparação: Bate-se o ovo com a batedeira, até ficar com a consistência de claras em castelo (amarelinhas).
Leva-se ao lume num tachinho a água e o açúcar até ferver bem. Junta-se o ovo batido e envolve-se cuidadosamente, mexendo até ferver. Retira-se imediatamente e deita-se em tacinhas individuais.
Notas:
- dá para cerca de 3 ou 4 tacinhas.
Boa semana. Beijinhos.
Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima
5 comentários
Querida Bombom
ResponderEliminarSempre amei contos infantis, tinha varios na minha infância (muito deles os tenho ainda).
Ja' vi muitos pais dizerem que os contos são um terror e contam essas historinhas, para seus filhos, colocando todos os personagens como pessoas maravilhosas, mas no pouco que ja' estudei, vi a grande importância e sabedoria desses contos, pois ali a criança aprende que na vida nao existem somente pessoas boas, que o mal também existe e é preciso aprender a defender-se. Essas historinhas são como tantos filmes animados que temos hoje como "A era do gelo", ali tem uma grande lição de fraternidade, de amar o outro independente de raça ou cor.
Gostei muito da tua interpretação, é corretíssima no meu ponto de vista.
Gosto muuuuuito de baba de moça! Adorei a tua receita.
Um grande abraço de quem te quer muito bem
Léia
Enquanto criança, li muitos contos infantis e hoje, embora a minha menina ainda não os entenda (tem 16 meses), já lhe leio alguns. Ñão me fizeram mal algum, pelo contrário educaram a minha consciência para a existência no mundo do bem e do mal e ensinaram-me que é do lado do bem que nos devemos colocar para merecermos o final feliz da história. Embora à medida que fui crescendo, fui abrindo os olhos para a realidade e verifiquei que nem sempre o bem tem o seu final feliz, mantenho o optimismo que os contos me incutiram, pois penso que com essa qualidade temos sempre mais probabilidades de sermos felizes e bem sucedidos na vida!
ResponderEliminarE depois de ler esta baba deliciosa, estou positivamente convicta de que vou conseguir fazer e adorar!
Um grande beijinho Bombom :)
Olá Fátima,
ResponderEliminarQue maravilha de decoração!Estamos a mudar o visual? Gostei e muito da explicação, das histórias. Eu ouvi muito as histórias e contei muito aos meus filhos. E concordo em absoluto com a explicação. Agora vamos para a cozinha:) Fátima, está-me a tentar? Mais um sabor de infância? Ai, ai é para eu fazer claro:). Deve ser uma pequena, grande delicia...
Beijinhos com muito carinho, mesmo.
Isabel de Miranda
P.S. E vir ler as explicações,histórias, receitas, dicas etc, etc. Nunca é perca de tempo,ok? Pois, eu sempre soube que ao estarmos a aprender...Nunca devemos dar esse tempo como perdido. E, sim ganho.
O mal do mundo actual é que os paizinhos têm medo de traumatizar as criancinhas com um "não", com uma palmada ou com uma história infantil que termina mal. Eu, que sou de Psicologia, tal como a amiga Léia, sei que é essencial que as crianças se habituem a ouvir um não, a terem obstáculos no seu caminho, a aprenderem a agir em situações frustrantes e complicadas. Senão, um dia mais tarde vão bater com a cabeça na parede e encontrar lobos maus em pele de cordeiros :)
ResponderEliminarQuanto à baba de moça, eu chamava-lhe gemada e, durante muitos anos, comi uma todos os dias até enjoar. Às vezes juntava-lhe um bocadinho de vinho e ficava um espectáculo. Mas não sou exemplo para ninguém... é por isso que agora ando com o cérebro meio carcomido he he
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