COMPOTA E GELÉIA DE FIGO DA ÍNDIA


Os Figos da Índia devem colher-se com cuidado por causa dos picos, para um balde e com a ajuda de uma tenaz de lareira. Para os manusear deve usar-se luvas de pele (as de borracha deixam passar os picos).
Com uma faca de serrilha pequena, raspe todos os picos. Se preferir, pode chamuscá-los na chama como se faz aos galináceos.
Para os descascar calce as luvas de pele. Corte as extremidades e dê um golpe a todo o comprimento do figo; com a ajuda da faca, puxe a pele do figo, que sai toda. Pese só a polpa.

Compota de Figo da Índia

2kg de polpa de Figo da Índia
1,300Kg de açúcar amarelo
1 limão (sumo)

Num tacho, coloque o figo às camadas alternando com o açúcar e o sumo de limão.
Deixe repousar durante 3 horas para criar sumo.
Leve a lume brando para ferver até que os figos estejam desfeitos.
Triture no "passe-vite" para retirar as sementes em excesso e leve de novo a lume brando até obter ponto de estrada.
Coloque em frascos esterilizados, cubra com uma rodela de papel vegetal embebida em álcool e tape com a tampa hermética.

Geléia de Figo da Índia

1Kg de polpa de Figo da Índia
350g de açúcar amarelo
sumo de 1/2 limão

Passe a polpa de figo em crú pelo passe vite e descarte as sementes.
Deite num tacho, junte o açúcar e o sumo de limão e leve a lume brando para ferver.
Vá retirando a espuma que se forma. Ao fim de 1 hora está pronto.
Proceda da mesma maneira que a compota, para guardar.

Como eu nunca fiz este Doce, baseei-me nas receitas do blog Cozinhar com os Anjos, da minha amiga Isabel Miranda. Vale a pena passarem por lá e partilharem das delícias que ela faz.
https://cozinharcomosanjos.blogspot.com/2017/09/doce-de-figo-da-india-piteira-e-geleia.html

Tenham um bom fim de semana  e cuidado com o frio que aí vem.
Beijinhos da Bombom

FIGO-DA-ÍNDIA, UM SUPERFRUTO


O figo-da-india (Opuntia ficus-indica) também conhecido por figo de pita ou de piteira, é originário do México. Foi trazido para a Europa pelos descobridores espanhóis e adaptou-se muito bem à zona mediterrânica.
Tem uma polpa doce, suculenta e aromática e contém potássio, ferro, magnésio, cálcio, fósforo e vitaminas A, C, B1, B2 e B3.
O fruto pode ser comido fresco ou seco, em passa, em sumos, compotas, geléias, xaropes, adoçantes, licores, etc.
As suas folhas (colódios) são utilizadas no fabrico de produtos farmacêuticos indicados para o tratamento de doenças urinárias, das vias respiratórias, como diurético, e como prevenção da asma. Também podem ser comidas cozidas, como um legume e quando secas dão origem à produção de uma farinha espessante que é usada na alimentação.
O fruto contém pequenas sementes comestíveis muito ricas em antioxidantes e com propriedades regenerativas e de combate ao colesterol (na ordem dos 28%). Delas se extrai um óleo muito utilizado em produtos cosméticos (de beleza) e farmacêuticos.
A flor, depois de seca é usada em chás medicinais.
Os figos vermelhos utilizam-se para a extracção de corantes.
No Alentejo e no Algarve esta planta servia para delimitar as propriedades e para alimentar os porcos.
As cabras e as ovelhas também gostam muito desta planta mas os portugueses em geral, têm-na ignorado e não a valorizam como ela merece.


O Figo-da-Índia é muitas vezes chamado de Superfruto pelo seu valor nutricional, e pelos antioxidantes que contém, chamados Betalaninas - antioxidantes muito fortes que ajudam o corpo a reduzir inflamações e a neutralizar toxinas.
Este fruto é uma das raras plantas que contém Betalaínas e a única que tem até 24 Betalaínas conhecidas.
É muito valorizado na Medicina Natural e é usado na Indústria Farmacêutica.

Desde 2011 que tem vindo a crescer em Portugal a produção de Figo da Índia e em 2016 já se previa a sua exportação para o estrangeiro.
A Câmara Municipal de Castelo Branco patrocinou a construção de uma Fábrica de Transformação de produtos derivados do Figo-da-Índia e que ainda no ano passado estava a trabalhar "a meio gás" por falta de matéria prima.
Faz-me imensa espécie ver estes figos a apodrecer nos cactos sem que ninguém os colha, quando ando a passear aqui pelos campos da minha aldeia, a Paiágua.
E assim de deita fora uma riqueza que a ninguém aproveita. E depois queixamo-nos que o Interior está deserto e não tem nada que o qualifique...

www.agronegocios.eu

Beijinhos da
Bombom

PHYSALIS - UMA PLANTA MEDICINAL

Physalis no meu jardim

A planta de physalis que encontramos em Portugal tem o nome de physalis angulata e é da família das Solanáceas (a mesma do tomate, do pimentão e das malaguetas ou pimentas).
Os seus frutos têm um sabor levemente ácido e pode ser consumida ao natural ou preparada em doces, geléias, sorvetes, bombons e em molhos de saladas e carnes.
É rica em vitamina A e C, fósforo e ferro e possui também alcalóides e flavonóides e carotenóides.
É conhecida por purificar o sangue, fortalecer o sistema imunológico, aliviar dores de garganta e ajudar a diminuir o colesterol.
A população nativa da Amazónia de onde o physalis é originário, utiliza os frutos, folhas e raízes no combate à diabetes, reumatismo, doenças de pele, bexiga, rins e fígado.

As cápsulas dos frutos de physalis

Esta planta tem sido muito estudada por conter fisalinas , do grupo dos corticóides, uma substância capaz de diminuir a rejeição em transplantes e de atacar alergias sem causar tantos danos como os químicos usados actualmente.
Devem comer-se 5 frutos por dia para prevenir o cancro.
Para saberem mais em pormenor, podem consultar :
www.saudembeleza.blogspot.com/2014/08/os-beneficios-do-physalis.html


Frutos do physalis da minha 1ª safra

Os melhores terrenos para plantar physalis são os areno-argilosos e pouco ácidos e, embora seja uma planta tropical e sub-tropical. aguenta bem o frio.
Devem plantar-se em bandejas com células ou em copos de plástico com substrato para hortaliças, usando uma semente por copo ou célula do tabuleiro.
Quando atingirem cerca de 20 cm de altura transferem-se para o local definitivo.
Plantam-se grupos de 4 mudas distantes 30 cm e em forma de quadrado (uma em cada canto).
No meio coloca-se uma cana ou uma vara de madeira com cerca de 2 m de altura para que as plantas possam ser amarradas à medida que crescem e se torne mais fácil colher os frutos.
A colheita começa 4 meses após o plantio e estende-se por 6 a 8 meses.
Cada planta pode produzir até 3 kg de frutos, quando nas condições ideais.
Se pensarem em fazer doce ou geléia é melhor irem congelando os frutos até obterem a quantidade necessária (diz a voz da minha experiência).

Nota: Baseei a minha pesquisa na informação desta página:
www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/a46physalis.htm 

Continuação de uma boa semana.
Beijinhos da Bombom

COMPOTA DE PHYSALIS


Há muito que andava para vos oferecer a receita da Compota de Physalis que fiz com a primeira safra aqui do quintal da aldeia, mas tive alguns contratempos e não conseguia meter as fotos.
No ano passado ofereceram-me uma planta envasada que pus no quintal e semeei algumas sementes ao acaso e este ano já consegui colher alguns frutos.
Foi complicado porque eles vão crescendo e amadurando aos poucos, pelo que não consegui juntar uma grande quantidade.
Para o ano, vou congelar à medida que estejam maduros e só faço o Doce quando tiver bastantes.
A receita que segui foi a do blog Sweet Gula embora lhe tenha feito algumas alterações: substituí o açúcar amarelo por 100g de frutose e 150g de açúcar mascavado claro, na 1ª vez que fiz. Na 2ª fiz à risca. As duas ficaram aprovadas.


Doce de Phisalis

500g de physalis
250g de açúcar amarelo (pulverizado na 123)
1 pau de canela
algumas gotas de sumo de limão
12g (1saqueta) de pectina (Condi ou outra)

Coloque tudo num tacho e leve a lume brando para ferver (vá esborrachando os frutos com a colher de pau para fazer molho).
Logo que levante fervura mexa sem parar durante 3 minutos.
Retire do lume, descarte o pau de canela e triture com a varinha eléctrica se desejar uma textura mais fina.
(Eu voltei a pôr o tacho em lume brando e deixei apurar mais uns 30 minutos).
Distribua pelos frascos esterilizados, cubra-os com uma rodela de papel vegetal embebido em álcool e feche com tampa hermética.



Notas:
Fica um doce com um leve sabor azedinho.
A pectina pode ser substituída por 1 colher de sopa cheia de açúcar gelificante (Sidul).
Eu não aprecio compotas muito azedas por isso, se ponho pectina ou gelificante, não uso sumo de limão.
O texto entre parentesis indica que foi uma alteração minha.

Uma palavra de agradecimento ao dono do blog Sweet Gula, um blog de grande qualidade que não devem perder.
https://sweet-gula.blogspot.com/2015/06/iogurte-e-compota-de-physalis.html

Tenham uma boa semana.
Beijinhos da Bombom

MONSERRATE...PARQUE E PALÁCIO


Sabiam que a melhor época para visitar Sintra é o Outono?
Nesta época do ano o clima é mais ameno e o ar é mais límpido, por isso tem-se melhor visibilidade.
Trago-vos hoje as imagens de um passeio que dei há poucas semanas atrás. Espero que gostem.

                 Palácio de Monserrate em Sintra

Gérard de Visme, comerciante inglês que possuía a concessão da importação do pau-brasil, foi o responsável pela construção do primeiro palácio em Monserrate.
Em fins do séc. XVIII o célebre escritor inglês William Beckford  (1760-1844) comprou a propriedade e reconstruiu o palácio, longe ainda da traça actual.

  Vista de uma das janelas do Palácio. "As árvores morrem de pé".

Lord Byron, poeta anglo-escocês, visitou Monserrate em 1809 e, encantado com a paisagem, escreveu o poema Childe Harold`s Pilgrimage, dando assim a conhecer aos ingleses este belo local.
Em meados do séc. XIX a propriedade foi adquirida pelo milionário inglês Sir Francis Cook que em 1856 a mandou reconstruir para residência de verão da família. Foi ele que concebeu o actual Jardim Romântico e todo o Parque envolvente.

           Lago de Nenúfares

"Esta antiga propriedade rural de 33 hectares, alberga uma notável colecção botânica com espécies de todo o mundo, plantadas por zonas de origem, compondo cenários contrastantes ao longo de caminhos sinuosos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas". - Prospecto do Turismo

Esta é uma das muitas árvores gigantescas deste belo Jardim.
Aqui se pode passar uma tarde ou um dia inteiro. Tem uma Cafetaria  muito acolhedora, um Restaurante  e também uma pequena Loja de Recordações.


Horários de Visita:
Época Alta
Parque - 9h e 30 às 20h
Palácio - 9h e 30às 19h

Época Baixa
Parque - 10h às 18h
Palácio - 10h às 17h

Quem não tem carro pode viajar no combóio de Lisboa - Sintra. Na Estação de Sintra apanha o autocarro n° 435 da Scotturb até Monserrate.
Quem quiser ficar a conhecer todos os recantos do Parque sem se cansar muito, pode viajar num pequeno trem dentro do Parque, que faz esse percurso de hora a hora por pouco dinheiro (pouco mais de 1 euro, mas não estou bem certa).

Com votos de uma boa semana para todos os que por aqui passarem.
Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)

P.S. - Este "post" foi publicado em Outubro de 2014. Hoje estive a actualizar as fotos porque não o fiz quando mudei o visual de O Meu Estaminé e as fotos antigas apareciam deformadas. Acontece que devo ter feito algum disparate e ele saiu do sítio, aparecendo como se tivesse sido publicado hoje.  As minhas desculpas pela "nabice". Como o tema vem a propósito, não apaguei.
Beijinhos da Bombom

UMA "FUGIDINHA" ATÉ SERPA

Vista geral de Serpa
 
Na semana passada comemorámos 49 anos de casados, com um passeio pelo Alentejo.
Já só nos faltava conhecer este pedacinho de Portugal (Continental): Serpa, Moura e Barrancos.

Uma das diversas Portas de Serpa

O Centro Histórico intramuros tem muito para descobrir.
O Castelo de origem árabe foi reconstruído nos fins do séc. XIII e ficou muito danificado em 1707. Hoje restam as suas ruínas e grandes extensões de muralhas que embelezam algumas das suas ruas.


As ruas estreitas são ladeadas de casas brancas, umas simples com chaminés castiças de tipo árabe, outras senhoriais como a que se vê na foto acima.


Passeando na Rua dos Fidalgos, encontramos este excerto de muralha de um lado e no lado oposto uma série de casas burguesas do séc. XIX ...


...com o escudo heráldico indicativo da família.

Serpa tem muitos motivos de interesse: o Museu de Arqueologia, o Museu de Etnografia, o Museu do Relógio, o Palácio dos Condes de Ficalho,  diversas Igrejas, a Torre do Relógio ( que está toda tapada por causa das obras) e um belo Jardim Municipal que está fechado há 2 anos porque há-de entrar em obras(!!!) e só se vê de fora. São as incongruências de uma Autarquia que tinha a obrigação de ser mais eficiente.
A esta minha crítica acrescento outra que é o facto de estar muito mal assinalada para os turistas. Andámos perdidos umas poucas de vezes e valeu-nos a população que é de uma atenção e simpatia extrema.


Esta é a fachada da Igreja de Santa Maria que fica situada no Largo dos Santos Próculo e Hilarião e em frente da qual se ergue a Torre do Relógio.
Os Santos Próculo e Hilarião, que estão representados sobre a porta, são naturais de Serpa, o que para mim foi uma novidade. 
Ficámos alojados na Casa de Serpa, um Turismo Rural muito simpático que fica situado mesmo no centro histórico.
No dia seguinte rumámos a Moura e Barrancos. O relato vem já a seguir...

Beijinhos da 
Bombom 

SOPA DE BELDROEGAS



As beldroegas são uma planta que se dá bem aqui na minha aldeia da Beira Baixa.
São consideradas como uma planta inferior, tal como a urtiga branca e pouca gente as aproveita.
No entanto, é uma planta que contém potássio, cálcio, ferro, magnésio e selénio. É rica em Ómega 3 e vitamina A, B e C, ácido fólico e salicílico e glutationa que protege as células dos processos carcinogénios.
Tem folhas pequenas e carnudas e com elas se faz uma sopa deliciosa. 
No Alentejo é muito famosa esta Sopa que é acompanhada no prato por fatias de pão alentejano  e pedaços de queijo de cabra seco ou fresco.


Como nascem rente ao chão, têm de se escolher e lavar muito bem. Só se aproveitam os raminhos verdes e descartam-se todos os talos (que são muito rijos).

Sopa de Beldroegas

1 bom molho de beldroegas
1 cebola grande
2 dentes de alho
1 folha de louro (sem a nervura do meio)
3 colheres de sopa de azeite virgem
1 pitada de sal e pimenta
400g de batatas ou 1 curgete em dados pequenos
 1 litro de água quente (ou um pouco mais se necessário)

Preparação:
Lave muito bem as beldroegas e escolha os raminhos pequenos e folhas. Reserve.
Descasque a cebola e os alhos, lave-os e seque numa toalha de papel. Pique-os e reserve.
Descasque as batatas, lave-as e corte-as às rodelas. (Não usei).
Se preferir, lave e descasque a curgete e parta em dados pequenos.

1 - Num tacho aqueça o azeite e salteie a cebola, os alhos picados e o louro. Quando a cebola começar a alourar junte as beldroegas e deixe cozinhar mais um pouco. Retire o louro e descarte.
2 - Junte 1 litro de água e acrescente as batatas (se usar) e a curgete. Tempere de sal e pimenta e deixe levantar fervura. Reduza o lume para mínimo e deixe cozinhar por 30 a 40 minutos.


 Nota:
- Não usámos batatas, por opção.
- Acompanhámos com fatias de pão torrado e queijo fresco.
- Foi a primeira vez que fiz e que provámos e gostámos muito.

Com um abraço da vossa Amiga

Bombom