MAYONNAISE, OU MAHONNAISE?...MAIONESE CLÁSSICA



Mundialmente conhecida, a Maionese pode servir-se simples ou servir de base aos mais diversos molhos frios. Feita a partir de gema de ovo, azeite e vinagre (ou sumo de limão), pode ser temperada apenas com sal fino e pimenta. É a Maionese clássica, "à moda antiga", como a fazia a minha avó e a minha mãe, com quem aprendi.
Fortunato da Câmara, no seu Livro Mistérios do Abade de Priscos, conta algumas teorias para a história do seu aparecimento.
Assim como a "cada cabeça sua sentença", também para as receitas existem diversas versões.
Uma das teorias diz que o seu nome se deve ao duque de Mayenne, que em 1589 perdeu a Batalha de Arques porque na véspera se banqueteou com tal excesso com frango e muito molho, que no dia seguinte estava tão mal disposto que caíu às mãos do rei Henrique IV. Segundo esta versão, o nome do molho seria Mayennaise.
Também em França, mas no País Basco, na cidade de Bayonne, diz-se que o molho se chamava bayonnaise e que, com o tempo, degenerou para mayonnaise.
Os estudiosos das palavras antigas (étimos) pensam que está relacionado com o facto de na Idade Média se chamar moyeulx à gema de ovo e daí o ter-se chamado moyeunaise.
E, de teoria em teoria, chega-se a 1756 quando o marechal e duque de Richelieu com seu exército, conquista a cidade de Puerto de Mahón, na Ilha de Menorca, durante a Guerra dos Sete Anos.
Para comemorar a vitória, o cozinheiro do batalhão fez um molho improvisado com os ingredientes que tinha à mão, ao qual chamou de Mahonnaise.
Mas também há quem diga que a origem do molho provém da amante que o Duque tinha em Mahón, que lhe servia entre outras iguarias, um molho especial, que ele chamava "mahonesa", em homenagem à sua amada.
Quando regressou a França, trouxe a receita da "mahonesa" espanhola que tanto apreciava e divulgou-a nas mesas mais requintadas do reino.

Hoje em dia, há várias versões a que chamam Maionese, mas que não passam de "versões".
Foi por isso que resolvi deixar aqui a receita da Maionese a que chamo Clássica, a única e verdadeira.

Maionese


Ingredientes:
1 gema de ovo
50 ml de azeite virgem
sal fino, pimenta e sumo de limão ou gotas de vinagre, q.b.


Coloque a gema de ovo numa tigela e mexa com a colher de pau, só para a desfazer.
Sempre a mexer, vá deitando o azeite em fio (ou gota a gota), até ele acabar.


Obterá um creme grosso e consistente. Tempere de sal e pimenta e, para o deslaçar um pouco, junte gotas de sumo de limão ou de vinagre e bata novamente para incorporar.


São servidos?...Também se pode colocar num frasco com tampa hermética e guardar no frigorífico por alguns dias.

Tenham uma boa semana! Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)

BOLO FLORESTA NEGRA



Hoje venho partilhar convosco mais um "pedacinho" deste gostoso livro de Fortunato da Câmara que é uma delícia para quem gosta de "saber o que come", ou seja, o seu historial.
Dou-vos só uns "lamirés", que isto de direitos de Autor, tem que se lhe diga e eu não quero que o Sr. fique zangado, mas se puderem não deixem de o ler, porque vale a pena.

O Bolo Floresta Negra, o orgulho dos alemães, tem raízes na Floresta Negra..
O seu nome verdadeiro é Schwarzwalder Kirshtorte que, trocado "por miúdos", significa Bolo de Licor de Cerejas da Floresta Negra.
No interior desta Floresta situada nas margens do Reno, a sul da Alemanha, cresce a variedade de cereja chamada morello, de fruto negro,  grosso e carnudo. Com ela, os habitantes das redondezas, fabricam uma aguardente chamada kirshwasser, que nós conhecemos com o nome de kirsh.
Diz-nos o autor do livro que "a tradição local de comer as cerejas maceradas numa calda de kirsh, acompanhadas com natas batidas, é um costume com séculos de história".
O Bolo Floresta Negra compõe-se de um bolo alto, fofo e esponjoso do tipo da Génoise, feito com cacau em pó. Depois "corta-se em 3 discos e cada um é regado com uma calda de kirsh para ficarem molhadinhos. Entre as camadas espalha-se chantilly e cerejas (descaroçadas) e, depois de sobrepostas, cobre-se tudo com mais chantilly e decora-se com mais cerejas e raspas grossas de chocolate".
A história deste bolo está prestes a fazer 100 anos, mas só começou a ser conhecido depois da Segunda Guerra Mundial.
 Uma coisa é certa: NÃO SE FAZ ESTE BOLO SEM KIRSH!

Deixo-vos aqui mais uma receita deste agradável bolo, que me foi transmitida pela Apolónia, uma grande Cozinheira com quem fiz um workshop de Chocolate na Cozinhomania (a tal do Melhor Bolo de Chocolate do Mundo).

Bolo Floresta Negra

6 ovos
200 g de açúcar
150 g de manteiga derretida
70 g de farinha
75 g de cacau em pó (de boa qualidade)
250 g de cerejas sem caroço (frescas ou em calda)
100 ml de kirsh
2 pacotes de natas (400 ml)
2 colheres de sopa de açúcar
essência de baunilha q.b.
sal fino q.b.
chocolate preto semi amargo (Valrhona ou Lindt postres) para decorar


Coloque as cerejas numa tigela e cubra com o kirsh. Deixe repousar 15 minutos (ou um pouco mais).
Unte uma forma redonda sem buraco (alta de preferência), com manteiga e polvilhe com cacau em pó.
Numa taça, misture a farinha com o cacau, peneire e reserve.
Faça uma base de Bolo de Chocolate Simples, batendo os ovos com o açúcar, uma colher de chá de essência de baunilha e uma pitada de sal, até obter creme fofo. Junte a manteiga derretida mexendo com cuidado com uma colher de pau e por fim, envolva cuidadosamente a mistura de farinha, aos poucos, fazendo-a cair "em chuva" com a ajuda de um passador de rede fina.
Leve ao forno pré-aquecido a 180°, durante 30 a 40 minutos. Faça o teste do palito aos 30 m.
Deixe arrefecer numa grade.
Entretanto, prepare o chantilly: bata as natas com as 2 colheres de sopa de açúcar e uma colher de café de essência de baunilha, até dobrarem de volume e ficarem bem fofas. Reserve no frigorífico.
Depois do bolo estar bem frio, abre-se ao meio (ou em 3, se for alto). Rega-se cada parte com o kirsh e recheia-se com chantilly.
Cobre-se com o restante chantilly e enfeita-se com as cerejas. Reserva-se no frigorífico.

Na hora de servir, polvilha-se com raspas grossas de chocolate preto.

Nota: Para barrar o bolo, use metade do chantilly ao qual juntou metade das cerejas embebidas em kirsh.
Deste modo terá um Bolo Floresta Negra mais próximo do original!

Boa semana para todos. Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)

DOCE DE DIOSPIROS COM ESPECIARIAS



Tenho de vos confessar que não sou nada amiga de comer Diospiros. Fazem-me a mesma impressão como se estivesse a mastigar pano e não me sabem a nada de especial.
No início deste ano, ao visitar o Pratos E Travessas da minha amiga Mónica, dei com um Doce de Diospiros E Especiarias que me fez água na boca. Eu não sei se foi do doce em si, se foi das maravilhosas fotos que ela faz; o certo é que não descansei enquanto não comprei diospiros para experimentar. 
Só encontrei dos de roer, que são menos sumarentos, mas como o sabor é idêntico, fiz mesmo assim e não me arrependi. Mas atenção, só se pode comer um mês depois da confecção!
Não deixem de ver aqui a receita e as fotos de enquadramento, que são um espectáculo.
http://pratos-e-travessas.blogspot.pt/2014/01/doce-de-diospiro-e-especiarias.html


Doce de Diospiros com Especiarias (ou Persimon and Spices Jam)

1 kg de polpa de diospiros
700 g de açúcar amarelo
sumo de 1/2 limão
2 cascas de limão (2 tiras)
1 pau de canela
1 estrela de anis
1 dl de água (100 ml)

Ferva os frascos que vai usar e deixe-os escorrer sobre um pano limpo. Seque muito bem e reserve.
Numa panela de inox de fundo espesso, ponha a polpa dos diospiros, a água, o açúcar, o sumo de limão e as cascas e as especiarias.
Leve ao lume forte e, assim que ferver, deixe cozinhar por 15 a 20 minutos, mexendo de vez em quando, até o doce escorrer da colher de pau, em gotas espessas e pesadas. Não deixe ferver mais de 20 minutos.
Desligue o lume e retire a espuma que possa ter-se formado à superfície. Retire as especiarias e triture o doce com a varinha mágica. Deixe descansar durante 5 minutos.
Encha os frascos com o doce ainda quente. Tape de imediato, vire-os com a tampa para baixo e deixe arrefecer.
Vire novamente os frascos (nâo se assuste se o doce saltar); ràpidamente, rode a tampa para abrir e soltar o ar que possa ter e feche de imediato.
Guarde em sítio seco e escuro e espere 1 mês antes de abrir e consumir.
Depois de abrir os frascos, guarde-os no frigorífico.


Aqui em casa já passou 1 mês e hoje foi dia de prova, ao pequeno almoço. Gostei mesmo! É muito aromático e agradável.


Vamos à prova?
Assim, simples, ou coberta de queijo fresco (como a minha), requeijão ou ricotta.
Sirvam-se à vontade!

Bom Domingo!
Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)

ESTOU DE VOLTA!

Olá a todos!
Depois de um interregno de 2 semanas, estou de volta.
Não, não estive doente, Graças a Deus, mas estive muito ocupada ( e pre...ocupada).
Todos os que me visitam, já sabem do meu problema de "deficit" auditivo e dos inconvenientes e frustrações que isso provoca.
Pois, no início deste mês, tive ocasião de consultar um Médico de ORL (Otorrinolaringologista) especializado em Implantes Auditivos que me deu muitas esperanças de sucesso e me explicou em que consistia a cirurgia.
Já há uns anos, eu tinha tentado saber mais sobre esta técnica, mas foi-me dito que só era aconselhável se perdesse totalmente a audição do ouvido que tem a prótese.
Realmente, nessa altura só implantavam as crianças e as pessoas com surdez profunda, mas as coisas evoluíram e neste momento operam quem tem surdez severa também (ou as duas, como é o meu caso).
O período mais aconselhado para se fazer um implante é até 2 anos, após a perda. Nessa altura, o nervo tem mais possibilidades de ser estimulado e o sucesso pode ser maior. Se passar muito tempo ( 6 anos, no meu caso), pode levar mais tempo e dar mais trabalho para a recuperação.
Entretanto eu procurei o máximo de informação que me permitisse analisar os prós e os contras para poder tomar uma decisão bem fundamentada.
Tive uma entrevista com a Terapeuta que me segue na Widex e que me pôs em contacto com a Equipa dos Transplantes que funciona em Lisboa.
O nosso encontro teve lugar ontem e eu fiquei bastante esclarecida. Vi o implante, foi-me explicado como funciona, expus todas as dúvidas que ainda tinha.
Ainda quero fazer mais umas diligências, mas os dados que tenho já me permitem antever uma decisão.
Quando ela surgir eu conto-vos!
De qualquer maneira, já me sinto mais "leve" só por saber que se perder o pouquinho de audição que me resta e ficar "no fundo do poço", não vou esperar 2 anos para fazer o implante! Fá-lo-ei enquanto o nervo ótico estiver "tenrinho"!

Se por acaso este tema interessar a alguém em especial, digam para o e-mail do blog ou deixem aqui o vosso, que eu posso dar informação mais pormenorizada sobre estes passos que aqui resumi.

Em breve abrirei as portas do Meu Estaminé, para vos mostrar mais umas receitas que por aqui se têm feito.
Tenham um óptimo Dia de São Valentim e festejem o Dia dos Namorados todos os Dias!
Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)