O MUSEU DOS COCHES - (parte 2)


                         Coche da Coroa (por ser encimado por uma coroa)
Como vos contei aqui,
http://receitasdatiafatima.blogspot.pt/2015/06/o-novo-museu-dos-coches.html
o (futuro) Museu dos Coches foi idealizado pela rainha D. Amélia, esposa do rei D. Carlos I, para guardar todos os transportes reais que andavam dispersos por vários palácios e alguns mesmo ao abandono.
Ela tinha a noção do seu valor e queria preservá-los.
O espaço que encontrou foi junto ao Picadeiro Real de Belém, onde a Família Real e os Nobres treinavam e faziam jogos equestres. Foi inaugurado em 1905.
Só passou a chamar-se Museu dos Coches em 1910, depois da implantação da República, tendo sido acrescentados por essa altura, outros carros da Nobreza e do Clero.

                                                    Coche dos Oceanos

O Coche dos Oceanos foi um dos cinco coches temáticos que, com mais 10 de acompanhamento, fizeram parte da Embaixada ao Papa, enviada por D. João V em 1716 (séc. XVIII).
É um carro de "caixa" aberta, forrado de veludo de seda vermelha por fora, bordado a fios de oiro e por dentro de brocado branco bordado a oiro.
O Coche dos Oceanos, mostrava as Glórias Marítimas dos Portugueses.

Na fachada traseira podem observar ao meio (em cima) Apolo posicionado sobre o Globo Terrestre, ladeado pelas deusas do Verão (à esquerda da foto) e da Primavera (à direita). Em baixo dois velhos de mãos dadas, personificam o Oceano Atlântico e o Oceano Índico unidos pelos portugueses, após a passagem do Cabo da Boa Esperança.
 Os primeiros coches surgiram na cidade húgara de Kotze, por volta de 1400. Foi da adulteração (linguística) do nome da cidade, que passaram a ser designados coches.
Eram carros de tracção animal cuja "caixa" estava suspensa por grossas correias de couro, sem ligação às rodas. Como podem calcular, em viagens longas por caminhos em mau estado, trepidavam muito e eram bastante incómodas.
Mais tarde, em Berlim, foram criadas novas carruagens, as berlindas cuja "caixa" assentava sobre dois varais de madeira grossa. Esse pormenor tornou-as mais leves, mais rápidas e mais cómodas.

                                        Aparato da tracção animal

A carruagem da Coroa é uma berlinda, mas não se distinguem bem os varais.


Ao longo dos séculos, as carruagens foram-se simplificando e no século XVIII circulavam as seges, carros de duas rodas e um assento único, puxadas por cavalos e usadas para deslocações rápidas.

                                                       Sege dos Óculos

A sege dos óculos, assim chamada devido ao aspecto, tinha uma cobertura em couro para que o seu ocupante não fosse reconhecido. Foi numa sege igual a esta que o rei D. José sofreu um atentado, ao que parece quando ia à sucapa, visitar uma dama.

                                           Liteira

A liteira era uma pequena carruagem com dois varais laterais que suportavam a "caixa" e aos quais se atrelava uma mula à frente e outra atrás.

                           Coche de Caça

Este coche era usado nas caçadas para transporte das esposas (e companhia). A carruagem ficava estacionada num lugar cimeiro de onde as damas podiam apreciar o desenrolar da caçada.

                       Coche urbano - séc. XIX

No séc. XIX vulgarizaram-se os coches urbanos , percursores do taxi, para transporte de pessoas na cidade. Eram carruagens leves, cuja "caixa" tinha uma forma abaulada na parte inferior e estava suspensa por correias curtas e molas de aço.  A boleia, como era chamado o assento do cocheiro, ficava mais elevada e tinha 4 lanternas fixas, o que permitia uma maior visibilidade ao condutor. O transporte de carruagem tornou-se assim mais confortável e mais seguro.

Carruagem que transportava a Família Real quando do regicídio do rei D. Carlos e de seu filho.

                      Mala Posta (ou Mala Postal)

A exposição termina com a carruagem  que fazia o transporte de pessoas e Correio, também conhecida por Mala Posta.

Nota: O mais engraçado, é que o antigo (e verdadeiro) Museu dos Coches não fechou! Continua aberto ao público tanto o Picadeiro, como a restante colecção de Coches que lá ficaram. Se eu soubesse, tinha lá ido matar saudades!
Na bilheteira (do novo Museu) ninguém informa, mas parece que há dois tipos de bilhetes: um simples só para o Museu novo e outro um pouco mais caro que dá para os dois museus.
 
 Espero que não tenham desesperado com a extensão deste post!
Uma boa semana para todos. Eu vou estar de novo uns dias ausente, na minha aldeia, mas voltarei logo que possível. Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)





O NOVO MUSEU DOS COCHES


                          Um dos coches mais antigos do Museu

Ontem fui visitar o novo Museu dos Coches, recentemente inaugurado em Belém.
Gostava de vos dizer que gostei muito, mas não consigo porque saí de lá com um grande amargo de boca e com uma desagradável sensação de desencanto.

                 Outro Coche dos mais antigos

Dos Coches, Berlindas, Liteiras, etc, gostei muito, como sempre ou não me falassem eles da nossa História,
mas o enquadramento deixa muito a desejar. Claro que quem não conheceu o verdadeiro Museu dos Coches, não tem padrão de comparação e até é capaz de gostar. Afinal é em Portugal que está a maior, mais antiga e mais representativa colecção de Coches da Europa.

                    Coche das Princesas (as filhas de D. José I, a futura rainha D. Maria I e as suas irmãs)

 É verdade que o antigo Museu era exíguo, estava degradado, precisava de obras e de restauros e nunca houve verbas (nem vontade, nem Cultura) para as realizar. Imagino a quantidade de ofícios e pedidos que entraram no Ministério da Cultura, sempre com a mesma resposta...
E eis que, de repente, há poucos anos atrás, se iniciou a construção do novo no meio de muita polémica, como as grandes obras trazem sempre. Pediram-se emprestados milhões de euros, não para renovar o antigo (para o que não era preciso tanto gasto), mas para construir um Buncker onde há duas grandes salas para armazenar os Coches que foram transladados do Museu antigo e onde eles agora têm um pouco mais de espaço e nada mais.


A Rainha D. Amélia, a quem se deve o Museu dos Coches, deve ter dado muitas voltas na tumba!
Foi a expensas dela e por sua iniciativa, que encontrou uma maneira de guardar os Coches pertencentes à Coroa e que se encontravam espalhados por diversos armazéns em palácios de Lisboa e arredores. Cedeu-lhes parte do seu Palácio de Belém e mais tarde foi transformado em Museu, enquadrado por Quadros, Tapeçarias, Esculturas, Vestimentas e outros objectos de valor. Onde ficaram eles?...

                         Coche para levar as imagens nas Procissões

É esse enquadramento que aqui está em falta, que faz a diferença entre uma arrecadação de Coches e um verdadeiro Museu. Mesmo assim, ficará sempre àquem do anterior, mas ficaria muito mais valorizado.

Quando falo de um Buncker, é mesmo a sério. Não sei se é mesmo assim ou se está meio entaipado, mas vimo-nos gregos para encontrar a porta da Entrada. Por isso estão por ali uns funcionários para indicar a quem chega onde se deve dirigir, onde é a Bilheteira ou por onde se entra...
E aqui tenho de fazer uma ressalva, para o Mérito de todo o Pessoal de Atendimento, de uma solicitude, simpatia e educação, que muito me sensibilizou. Só por isso, e pelos belos Coches, valeu a pena a visita.

Tenho mais algumas imagens para vos mostrar, mas fica para a próxima.
Bom Domingo! Beijinhos da
Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)

OS DONOS DO MEU QUINTAL...


Quando não se tem "poiso" certo, não se podem ter animais de estimação, mas mesmo sem querer, os animais adoptam-nos para os protegermos. Vá lá eu saber porquê.
Sempre gostei muito de animais e na minha infância tive muitos porque tínhamos quintal, mas em adulta não tive as devidas condições.
Desde que frequentamos com mais assiduidade a casa da aldeia, tem sido divertido ver a quantidade de gatos que por lá passam, havendo sempre um ou outro que se torna freguês permanente, enquanto lá estamos. Uns são das vizinhas, outros não têm dono e têm de fazer pela vida, mas todos sabem a hora do nosso almoço e ficam à espera do que sobra dos grelhados habituais.
Este Amarelo adonou-nos há uns anos e é lá no quintal que "passa férias".


É dominador, gosta de estar nos sítios altos e de dormir em cima das mesas. É sempre o 1° a comer e só depois dele é que os outros podem avançar.
É tão engraçado ver as hierarquias dos animais e como os outros as respeitam!
Além deste, temos sempre a visita da gatita malhada de uma nossa vizinha que está na Alemanha. Todos os dias uma familiar vai dar-lhe de comer, mas a Malhadita gosta mais dos Friskies e dos restos de robalo grelhado, he,he.
Logo de manhã, quando nos levantamos e abrimos a porta, já temos pelo menos um freguês à espera da ração matinal.
Este ano, temos mais um comensal. Uma gatinha pequena preta e branca, muito meiguinha.


Desta vez não consegui fotografá-la mais de perto. Tem um olhar muito vivo e esperto e não se deixa intimidar pelo gato Amarelo, embora mantenha a hierarquia.
Quando lá não estamos, eles comem nos quintais da vizinhança ou vão caçar pássaros e ratos.

Desejo-vos uma boa semana. Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)

OS DIAS NA ALDEIA


Aqui na aldeia, o tempo escorre de vagar.
Depois da constipação que me apanhou desprevenida, foi a vez do meu marido . Uma semana de castigo a cada um e assim se passaram 15 dias.
Só ontem é que ele já se sentia melhor e ao fim da tarde, pela fresca (relativa) fomos dar o nosso passeio habitual. Foi o 2º desde que chegámos!
O tempo também não tem ajudado. Tem feito um calor anormal para a época e o ar muito abafado, denota muita electricidade no ar. São as trovoadas que não vieram em Maio.
O engraçado, é que se ouvem os trovões lá longe e vêem-se os clarões dos raios, mas aqui não chove nada. Se chovesse, talvez limpasse o "astro" como dizia o meu sogro.
Aqui nem damos pelos feriados, a não ser pelo noticiário da TV (he,he), mas neste fim de semana vai haver festa na Aldeia.
Santo António é o orago da Capela, o Santo Protector.
Antigamente, quando havia muita gente na aldeia, os festejos eram mais rijos. Agora que a população diminuiu com a emigração dos anos 60 e os que ficaram foram envelhecendo e muitos morreram, restam poucas pessoas capazes de organizar festas.
Mesmo assim, alguns dos mais novos ainda vão tendo essa iniciativa.
Este ano, além da música que nunca falta e do bailarico à noite de sábado, vai haver a Missa dominical (que já só se celebra em dias de festa ou por finados), leilão de ofertas e no domingo ao fim da tarde, uma Sardinhada Comunitária, para toda a aldeia.

E com estas notícias me despeço, até à próxima.
Beijinhos da

Bombom