Já devem ter reparado que ando com falta de "genica" na cozinha!
Quero pensar que deve ser do tempo de Outono que propicia à calma e não da idade, he,he!
Aqui há tempos, descobri lá na Biblioteca de Castelo Branco um livro que me chamou à atenção. Chamava-se "Comer e Beber com Eça de Queiroz" - Editora Index (1955 - Rio de Janeiro).
É isto que me dá raiva! Têm de ser os nossos irmãos brasileiros a editar e a tornar conhecidos os escritores portugueses! Por que é que têm sempre de ser os estrangeiros a louvar os nossos valores, que tão desprezados são na sua própria Pátria?
Esta prosa levar-me-ia a grandes considerações àcerca da Educação e da Cultura que já não temos nas nossas Escolas. E isso dói-me no mais fundo da alma. Por isso, vamos lá até à cozinha!...
No livro de que vos falo, vem um conjunto de receitas compiladas da Obra de Eça, e testadas por uma grande Senhora da Culinária Portuguesa: Maria de Lurdes Modesto.
Eu anotei algumas e dentre elas, guardei a dos Ladrilhos de Marmelada para fazer quando viesse o tempo dos marmelos.
São aqueles quadradinhos de marmelada que antigamente se compravam nas Pastelarias, envoltos em açúcar pilé, bem sequinhos e embrulhados em papel de celofane. Lembram-se?
Os mais célebres eram os do Convento de Odivelas, onde D. João V "ia tomar chá" muitas vezes (he,he, são célebres estas suas aventuras...)
Estes Ladrilhos de Marmelada faziam parte em alguns dias, da sobremesa do Instituto do Professorado Primário onde passei grande parte da minha adolescência. Talvez por isso e também por me parecer que já estão extintos, lembrei-me de a partilhar convosco, apesar de não ter sido muito bem sucedida desta vez.
Ladrilhos de Marmelada
2 kg de marmelos
açúcar e água
Lavam-se os marmelos. Cortam-se aos quartos, descascam-se e retiram-se os caroços.
Coze-se a polpa até ficar bem macia e passa-se pelo passe-vite (usei a varinha mágica).
Pesa-se o puré de marmelo e toma-se igual peso de açúcar.
Deita-se o açúcar num tacho, rega-se com metade do seu peso em água, deixa-se ferver até obter ponto de cabelo. Nessa altura junta-se o puré de marmelo e, sem parar de mexer, deixa-se ferver tudo até se ver bem o fundo do tacho (ponto de estrada).
Passa-se um tabuleiro por água fria e deita-se dentro a marmelada.
Alisa-se a superfície e põe-se ao sol para ganhar uma crosta (2 ou 3 dias).
Depois desenforma-se a marmelada em cima de uma tábua e corta-se em quadradinhos.
Passam-se um a um por açúcar pilé (branco, granulado) e põem-se ao sol num tabuleiro, durante vários dias, até o açúcar da superfície cristalizar. Vão-se voltando para secarem por igual.
Notas dos meus desastres culinários: Eu achei por bem pôr tudo em lume brando e só mexer de vez em quando. Durante a primeira hora correu muito bem, mas depois... quando fui dar mais uma mexidela, já não se via o fundo do tacho! Pois foi: pegou no fundo.
Tinha já preparado o tabuleiro que forrei com papel vegetal (Glad). Deitei a marmelada e parecia o bolo mármore, pintalgado de pequenas manchas mais escuras!!!
Depois pus ao sol. Mas qual sol, se começou logo a chover?
E assim estamos, entre o seca, não seca... Se calhar vai acabar em tacinhas de compota de marmelo ou nalguma sobremesa!...
Beijinhos da
Bombom ( Tia Fátima ou Avó Fátima)
Quero pensar que deve ser do tempo de Outono que propicia à calma e não da idade, he,he!
Aqui há tempos, descobri lá na Biblioteca de Castelo Branco um livro que me chamou à atenção. Chamava-se "Comer e Beber com Eça de Queiroz" - Editora Index (1955 - Rio de Janeiro).
É isto que me dá raiva! Têm de ser os nossos irmãos brasileiros a editar e a tornar conhecidos os escritores portugueses! Por que é que têm sempre de ser os estrangeiros a louvar os nossos valores, que tão desprezados são na sua própria Pátria?
Esta prosa levar-me-ia a grandes considerações àcerca da Educação e da Cultura que já não temos nas nossas Escolas. E isso dói-me no mais fundo da alma. Por isso, vamos lá até à cozinha!...
No livro de que vos falo, vem um conjunto de receitas compiladas da Obra de Eça, e testadas por uma grande Senhora da Culinária Portuguesa: Maria de Lurdes Modesto.
Eu anotei algumas e dentre elas, guardei a dos Ladrilhos de Marmelada para fazer quando viesse o tempo dos marmelos.
São aqueles quadradinhos de marmelada que antigamente se compravam nas Pastelarias, envoltos em açúcar pilé, bem sequinhos e embrulhados em papel de celofane. Lembram-se?
Os mais célebres eram os do Convento de Odivelas, onde D. João V "ia tomar chá" muitas vezes (he,he, são célebres estas suas aventuras...)
Estes Ladrilhos de Marmelada faziam parte em alguns dias, da sobremesa do Instituto do Professorado Primário onde passei grande parte da minha adolescência. Talvez por isso e também por me parecer que já estão extintos, lembrei-me de a partilhar convosco, apesar de não ter sido muito bem sucedida desta vez.
Ladrilhos de Marmelada
2 kg de marmelos
açúcar e água
Lavam-se os marmelos. Cortam-se aos quartos, descascam-se e retiram-se os caroços.
Coze-se a polpa até ficar bem macia e passa-se pelo passe-vite (usei a varinha mágica).
Pesa-se o puré de marmelo e toma-se igual peso de açúcar.
Deita-se o açúcar num tacho, rega-se com metade do seu peso em água, deixa-se ferver até obter ponto de cabelo. Nessa altura junta-se o puré de marmelo e, sem parar de mexer, deixa-se ferver tudo até se ver bem o fundo do tacho (ponto de estrada).
Passa-se um tabuleiro por água fria e deita-se dentro a marmelada.
Alisa-se a superfície e põe-se ao sol para ganhar uma crosta (2 ou 3 dias).
Depois desenforma-se a marmelada em cima de uma tábua e corta-se em quadradinhos.
Passam-se um a um por açúcar pilé (branco, granulado) e põem-se ao sol num tabuleiro, durante vários dias, até o açúcar da superfície cristalizar. Vão-se voltando para secarem por igual.
Notas dos meus desastres culinários: Eu achei por bem pôr tudo em lume brando e só mexer de vez em quando. Durante a primeira hora correu muito bem, mas depois... quando fui dar mais uma mexidela, já não se via o fundo do tacho! Pois foi: pegou no fundo.
Tinha já preparado o tabuleiro que forrei com papel vegetal (Glad). Deitei a marmelada e parecia o bolo mármore, pintalgado de pequenas manchas mais escuras!!!
Depois pus ao sol. Mas qual sol, se começou logo a chover?
E assim estamos, entre o seca, não seca... Se calhar vai acabar em tacinhas de compota de marmelo ou nalguma sobremesa!...
Beijinhos da
Bombom ( Tia Fátima ou Avó Fátima)
- terça-feira, novembro 30, 2010
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