BABÁS...UMA HISTÓRIA E DUAS RECEITAS
sábado, junho 07, 2014
Desde pequena que me lembro de gostar muito de Babás, aqueles bolinhos ensopados em calda de açúcar e que tinham de se comer com um garfo pequeno ou uma colher de sobremesa. Pura gulodice!
Há pouco tempo conheci a sua história, ao ler aquele livro de que já vos falei, "Os Mistérios do Abade de Priscos", de Fortunato da Câmara. Um livro cheio de histórias para saborear!
Stanislas I, de seu nome Stanislas Leszczynsky, rei deposto da Polónia, foi viver para França onde também era duque de Lorena.
Ele gostava muito de um bolo típico franco-prussiano, o kugelhopf, que era feito à base de massa de brioche com frutos secos e cozido numa forma alta com relevo canelado. O duque gostava do bolo típico da região alsaciana, mas achava-o demasiado seco e por isso, deitava-lhe uma calda feita com vinho de Málaga, rum e uma pitada de açafrão e em seguida, flamejava-o (puxava-lhe o fogo). Ele baptizou-o de Babá porque gostava muito da história de Ali Baba, do livro As Mil e Uma Noites.
Foi o seu pasteleiro Nicolas Stohrer quem divulgou o "Babá au rhum" em Paris, quando abriu uma loja na rua de Montergueil em 1730, que se mantém aberta até hoje com o título de pastelaria mais antiga de França.
O rei Stanislas devia ser um grande guloso porque ficou ligado à divulgação de várias receitas na corte de Versalhes, que visitava pois era pai da rainha Marie, a esposa do rei Luís XV.
Babá au Rhum
Ingredientes para 24 bolinhos:
250 g de farinha de trigo peneirada
25 g de fermento de padeiro fresco
1 dl de leite morno (100 ml)
25 g de açúcar
125 g de margarina
2 ovos
margarina para untar as formas pequenas (queques)
farinha para polvilhar
Calda:
500 g de açúcar
3,5 dl de água (350 ml)
1 casca de limão
1 cálice de rum (ou brandy)
Recheio de Chantilly:
250 g de natas
50 g de açúcar
1 - Deite a farinha de trigo numa tigela grande, abra-lhe uma cavidade no meio, deite aí o fermento de padeiro, esfarele-o com a ponta dos dedos e depois junte-lhe o leite morno e amasse-o com a farinha (só alguma) que for necessária para obter massa mole mas capaz de formar uma bola; dê-lhe então um golpe em cruz e deixe-a crescer cerca de 10 minutos. Raspe bem os dedos com raspador para aproveitar bem o fermento.
Enquanto cresce, derreta a margarina.
Quando o fermento tiver crescido, junte-lhe o açúcar e os ovos e amasse-os muito bem com a restante farinha; bem batidos e amassados para não ficarem com grumos na massa. Por último, junte a margarina derretida e quase fria, e volte a bater e amassar bem, quer à mão quer com colher de pau; deve ficar uma massa mole mas elástica.
Depois de bem amassada, tape com um pano e deixe crescer em ambiente aquecido; leva 45 a 60 minutos para crescer o dobro.
2 - Entretanto unte abundantemente as forminhas com margarina e polvilhe-as com farinha.
Depois de ter crescido, deite uma colher de sopa de massa em cada forma. Deixe crescer de novo a massa; normalmente leva cerca de 40 minutos. Ligue o forno a 200° C, para ir aquecendo.
Coloque as forminhas dentro de um tabuleiro e leve a cozer em forno muito quente durante 20 a 25 minutos, ou um pouco mais. Não convém abrir a porta do forno nos primeiros 10 minutos. Faça o teste do palito para verificar se estão cozidos, retire e desenforme-os.
Calda: Deite o açúcar num tacho, junte a água e a casca de limão e leve ao lume. Logo que levante fervura, conte 2 minutos exactos. junte então o rum e ponha o lume no mínimo.
Meta 2 ou 3 Babás de cada vez na calda, para que fiquem completamente enxaropados tendo o cuidado de controlar para que ela ferva o mínimo possível, conservando-a só " quente a ferver" com o mínimo de lume.
Com uma escumadeira, vá-os calcando ao de leve para que tomem bem o xarope. Retire-os bem escorridos e deixe-os arrefecer um pouco num tabuleiro.
Se entretanto o xarope ganhar ponto, junte-lhe umas pinguinhas de água quente.
Com uma faquinha bem afiada ou um corta bolachas, dê-lhes um golpe circular na parte superior, formando uma rodela (tampa) com a profundidade de 1,5 cm. Com a ponta da faca retire-lhe a tampinha.
Recheie as cavidades com chantilly de modo que o montinho fique saliente. Para um trabalho mais perfeito, use um saco de pasteleiro com boquilha ou uma seringa.
Para finalizar, cubra com a tampinha que retirou. Se preferir, em vez da tampinha decore com uma cereja cristalizada ou com fios de ovos.
Receita do Chefe Silva na Teleculinária N° 148.
Notas:
1 - Se tiver Máquina de Fazer Pão, use o Programa MASSAS até a massa levedar. Continue a receita no ponto 2.
2 - A seguir dou-vos a receita do Babá au Rum do Livro de Pantagruel, para terem as duas melhores opções.
Bom fim de semana. Beijinhos da
Bombom
4 comentários
Obrigada Bombom pela visita ao meu cantinho e pelas simpáticas palavras. É curioso como até um simples bolinho tem a sua História. Beijinhos e bom domingo.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
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ResponderEliminarQuerida Bombom,
ResponderEliminarEsse livro é uma verdadeira pérola e babás, também os adoro e muito, aliás, sempre que lanchava numa pastelaria, era sempre um babá fresquinho que pedia, mas nunca fiz...
Um dia hei-de experimentar e sinceramente, não sei de qual gostaria mais, se da receita que nos deixas no post acima, ou desta, teria de experimentar as duas.
Um grande beijinho e continuação de bom Domingo querida,
Lia.