Aprendi a secar figos com as mulheres da minha aldeia, a Paiágua, que fica nos limites do concelho de Castelo Branco, entre as serras de Guardunha e Muradal, no coração da Beira Baixa.
Com toda a ternura e respeito que tenho por elas, aqui lhes agradeço publicamente todas (e são muitas), as coisas que com elas aprendi!
É muito fácil esta tarefa: só precisamos de ter figos frescos muito sãos e um quintal ou varanda muito soalheira durante o dia (ou só pela tarde) e tabuleiros, de preferência de madeira. O ideal é secá-los no mês de Agosto ou Setembro.
Colocam-se os figos ao lado uns dos outros nos tabuleiros e deixam-se ao sol e ao ar durante o dia. Recolhem-se ao anoitecer e nos dias seguintes repete-se esta operação.
O tempo de secagem pode variar: numa varanda com muito sol, podem secar em 4 ou 5 dias; numa onde só dê sol à tarde, podem precisar de 6 ou 7.
A meio desse tempo, viram-se os figos do lado oposto, para secarem por igual.
No fim desse tempo, já apresentam um aspecto ressequido.
Aquece-se o forno a 170° durante 5 minutos. Coloca-se uma camada de figos num tabuleiro (que pode ser o do forno ou outro) e mete-se no forno por 5 minutos exactos. Esta operação serve para desinfectar alguma impureza e para acabar de secar algum que não tenha atingido o grau necessário.
Retiram-se do forno e deixam-se arrefecer. Quando frios, polvilham-se com um pouco de farinha de trigo sem fermento (para não se colarem uns aos outros) e guardam-se em sacos de pano (linho ou algodão, são os mais saudáveis). Também se podem guardar em latas fechadas, num sítio fresco.
Os figos secos têm a mesma utilização das ameixas secas: na confecção de pão, acompanhamento de carnes assadas, molhos agridoces, gelados, etc. Além disso, ajudam o funcionamento dos intestinos, actuando como um laxante natural.
Com desejos de que passem uma boa semana, beijinhos da
Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)
- segunda-feira, outubro 10, 2011
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